Centenas de barracos já foram erguidos na área invadida. Fotos: blog o Vianense
Por Luiz Antonio Morais, direto da Vila Walber Duailibe, em Viana
VIANA - Um fenômeno comum nas regiões metropolitanas começa a ameaçar também as cidades do interior do Estado do Maranhão. É a conhecida “indústria das invasões” – uma prática organizada que acontece em velocidade impressionante. Do dia para a noite os imóveis são ocupados, loteados e em aproximadamente uma semana, algumas casas de madeira já estão construídas. Se não houver qualquer tipo de empecilho, no primeiro mês a área já conta com energia elétrica e poços são cavados. Até algumas igrejas são rápidas e tratam logo em garantir um lote.
A duas semanas nas imediações da MA- 014, próximo à fábrica de asfalto do empresário vianense, Afonso Trindade, cidadãos de várias localidades invadiram um terreno que fica por trás do bairro Citel. Segundo informações colhidas pelo blog, centenas de barracos já estão armados, inclusive alguns invasores já estariam lucrando com a venda de lotes no local.
Homenagem ao “pai dos pobres”
O nome da invasão é uma homenagem ao ex-prefeito de Viana, Walber Duailibe, falecido em plena campanha política em 2008, quando tentava voltar à vida pública como Vereador. Walber era muito estimado na cidade dos Lagos, por sua benevolência com os mais pobres. O “carcamano”, que morreu pobre, sempre distribuía lotes, eletrodomésticos, materiais de construção e até dinheiro para os mais necessitados. Aliás, batizar áreas invadidas com nome de políticos famosos é prática comum na capital maranhense, principalmente com nomes de familiares do senador e presidente do Congresso nacional, José Sarney. Na lista está até o nome da mãe do senador, Dona Kiola (já falecida) que foi homenageada com a Vila Kiola Sarney. As outras são: Vila Sarney Filho; Vila Roseana Sarney; Vila Isabel Cafeteira, Vila Janaína, Vila Alexandre Tavares, entre outras.
De olho no patrimônio
Embora o município de Viana tenha experimentado uma forte explosão demográfica, ainda existem muitas terras cercadas, cujos proprietários realmente não cuidam o seu patrimônio, deixando o mesmo jogado a toda sorte, o mato tomando conta, servindo realmente para maus elementos usufruir livremente, além de servir de depósito de lixo, o que não justifica nenhum tipo de invasão.
Por outro lado, ficam as perguntas: Quem é o dono desse terreno invadido? quem ganha com essas invasões? Quem patrocina esses movimentos? Quais os reais interesses desses? Será que não é só para comercializar os mesmos? São questionamentos que precisam ser investigados pelas autoridades vianenses, pois o “lideres” desses movimentos geralmente são os mesmos e com os mesmos discursos, “que estão invadindo porque o terreno está abandonado servindo somente de esconderijo de ladrões, para fumar maconha, estupro” entre outros. Se isso realmente estiver acontecendo nestes locais, é caso de acionar a polícia para impedir essas posses da coisa alheia. Será que isso também não é um crime?
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