Temperatura elevada e seca castiga o norte do Maranhão,
inclusive, a capital devido predominância de massa de ar quente e seca. De
acordo com a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Maranhão, os prefeitos
de cidades atingidas pela estiagem já começaram a solicitar o reconhecimento de
situações de emergência junto aos governos estadual e federal, pois, até o
momento 75 cidades maranhenses foram reconhecidas pela Secretaria Nacional da
Defesa Civil e mais nove estão em situação de análise, enquanto, em 2012, o
montante foi de apenas 72.
Um dos rios mais extenso em São Luís, o rio Anil, justamente
o trecho que passa pelos bairros do Angelim e Bequimão, a água desapareceu
totalmente. O cenário é de barro com rachaduras e mangue seco como ainda a
presença de mato queimado. O cheiro insuportável por causa da presença de
animal morto e o calor de 33º C, mas, tendo a sensação de 40º C.
Cerca de 60% do matagal, que está localizado na Avenida dos
Franceses, nas proximidades do Terminal Rodoviário, no bairro do Santo Antônio,
foi destruído pelo fogo e algumas árvores não apresentam mais folhas, apenas,
galhos secos. O mangue que acompanha o Rio das Bicas, na Avenida dos Africanos,
praticamente desapareceu e existe trecho que possui apenas lama.
O sinal de devastação e queimada também é bem visível na
antiga reserva do Sítio Santa Eulália, no Tirirical, principalmente, na parte
que passa pela Via Expressa. Muitas árvores estão sem vida e a água do Rio Anil
não corre mais por esse trecho.
A meteorologista do Núcleo Geoambiental da Universidade
Estadual do Maranhão (UEMA), Andrea Cerqueira, afirmou que um dos pontos mais
quente da capital está sendo o Centro da cidade e não há previsão de chuva para
o norte do estado para o mês de outubro e novembro. Nestes últimos meses, a
massa de ar quente e seca predomina pelo Maranhão e está impossibilitando
precipitações, apenas, há ocorrências de pancadas de chuvas para as cidades
localizadas no sul. “Não teremos chuvas para o norte do estado e isso só vai
ocorrer a partir de dezembro deste ano”, frisou.
Ainda deixou bem claro que a temperatura da capital está
variando em torno de 26º C a 33ºC, no entanto, pela ausência de ventos em
algumas partes da cidade, a sensação é de 40ºC. “A temperatura do corpo humano
também influência na sensação do calor”, comentou a meteorologista.
Estado de alerta
Em todo o Maranhão, 75 municípios foram reconhecidos
oficialmente em situação de emergência, 69 foram por meio de decreto estadual e
seis por decreto municipal. O mais recente foi o município de Graça Aranha e
mais nove cidades estão com a solicitação em análise pela Secretaria Nacional
de Defesa Civil.
Para o coordenador da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil
do Maranhão, Fernando Fernandes, não existe um prazo específico para que as prefeituras
solicitem o reconhecimento junto aos governos, mas é bom que o façam antes do
início das chuvas.
Segundo a portaria do Ministério da Integração, nº 912-A, de
23 de maio de 2008, para se habilitarem à transferência de recursos federais
destinados às ações de defesa civil, os municípios deverão comprovar a
existência e o funcionamento do Comitê Municipal de Defesa Civil (Comdec).
Para criar o comitê, o primeiro passo é encaminhar o Projeto
de Lei de criação do Comdec através de mensagem à Câmara Municipal. Em seguida
deve ser regulamentada a Lei de criação do Comitê por meio de decreto e
nomeados os membros do comitê municipal, através de portarias e decretos. É
preciso que o município comprove a existência de danos e prejuízos referentes a
algum desastre em sua área de abrangência, seja ele oriundo de chuvas, secas ou
outros eventos que causem danos ou prejuízos.
A comprovação deve ser feita através de levantamento e
preenchimento do Formulário de Informação de Desastre (Fide), procedimento que
deve ser feito pela coordenadoria municipal, onde constarão informações como a
área afetada, as causas e efeitos do desastre, os danos materiais, humanos ou
ambientais e os danos econômicos, públicos e privados. O Fide está
disponibilizado no site www.integracao.gov.br/defesacivil.
Outro cenário
Apesar da estiagem que está castigando o norte do estado, a
chuva está sendo a característica principal do sul. Ontem, 7, os moradores de
Balsas tiveram que suportar uma forte chuva que durante toda a amanhã e muitos
bairros ficaram ilhados.
No Santo Amaro, a água invadiu restaurantes, lanchonetes e
borracharias. A estação meteorológica automática operada pelo Instituto
Nacional de Meteorologia (Inmet) aferiu no período entre 6 e 10 horas, a
precipitação acumulada de 75,2 milímetros. A média climatológica de
precipitação município no mês de outubro é de 83 milímetros, aproximadamente.
A outra cidade que a chuva está castigando é Mirador. Ruas,
avenidas e trecho do Rio Itapecuru ficaram cheios como ainda alguns
estabelecimentos comerciais foram invadidos com a água da chuva. O núcleo de
meteorologia da Uema afirmou que mais chuvas ocorreram nestas duas cidades
durante esta semana.
Do Imparcial
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