domingo, 17 de novembro de 2013

Peixadas – notas rápidas

Águas de novembro 

Continuam rendendo conversas de esquinas, de botequim, de praças e de toda ordem o recente colapso no abastecimento de água em Viana. Politicamente, o episódio virou um jogo de empurra-empurra entre os grupos políticos que se digladiam pelo poder na terra de Dilú Melo. A oposição, claro, nao perdoou se deliciou com a falta de sorte e o inesperado, batendo forte na administração de Chico Gomes, usando os veículos de comunicação disponíveis, charges na internet, entre outros. 

Banho de cuia 

O fato é que durante uma semana, de 8 a 13 deste mês, a cidade dos lagos viveu cenas dos anos sessenta, quando assistimos filas de usuários nas residências onde havia poços para captação de água.  Voltamos ao tempo do Ciloura, Moizinha, Poço do Pará, entre outros que abasteciam a precária situação de água daqueles tempos. 

Made in Cajarí 

Diante das panelas sujas, banheiros fétidos e o suor escorrendo pelo couro, muitos moradores eram socorridos por carros pipas da prefeitura, que segundo alguns curiosos, o líquido estaria sendo importado da vizinha Cajarí, a 25 km de Viana. 

Água verde 

Por outro lado, uns gaiatos tiravam onda afirmando que o líquido estava fora de sua cor normal, apresentando uma coloração esverdeada, típica das águas do lago nesse período. Se era pra pegar no lago, porque então não recorrer ao velho Lago do Aquirí, que ainda conserva uma boa lâmina d´água apesar dessa forte estiagem? 

Alívio 

O fato é que prefeitura teve que se virar nos trinta e resolver o abacaxi em tempo recorde, apesar do desgaste político/administrativo que um problema desse tamanho pode causar, pois o fornecimento de água é essencial para a população em geral: comércio, hospitais, hotéis e restaurantes, dependentes por completo do precioso líquido. 

Paliativo 

A população respira aliviada, porém, a solução encontrada é emergencial. O sistema sucateado precisa de fortes investimentos para recuperar sua capacidade. Uma boa notícia, ainda não confirmada, é que a verba do SAAE, que é uma autarquia independente – em tese – passa a partir de agora, por determinação do prefeito Chico Gomes, a gerir sua própria verba e deixa finalmente de ser um feudo meramente administrativo, ou seja, os recursos oriundos das contas de água já podem ser divulgados e reconhecidos e, por conseguinte, aplicados no próprio setor de abastecimento de água. 

Peso nas costas 

Essa independência financeira, se confirmada, seria um prêmio e um reconhecimento ao desempenho e a competência do Secretário da Cidade, o engenheiro Charles Ellior, que atua nas áreas de limpeza, iluminação pública, matadouro, além do SAAE: uma super secretaria e abacaxi tamanho família. 

Quem são os culpados? 

Para bem informar ao leitor, o Blog foi ao beber nas fontes das inúmeras versões colocadas na mesa, enquanto se procuram os heróis e os vilões por mais esse inesquecível infortúnio sofrido pela população vianense. 

As águas rolaram! 

Sem querer abusar de dados cronológicos ou estatísticos, o fim do período ”lata d´água na cabeça” se iniciou ainda nos anos setenta, quando algum governador benevolente e com a ajuda do governo federal, finalmente enxergou o estado de calamidade pública existente na Rainha da Baixada, com baixíssimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) além de taxas haitianas de mortandade infantil, a maioria causada pela diarreia e a desnutrição, devido ao consumo de água sem tratamento. 

Água para todos 

Foi um alívio assistir a construção da caixa d´água da Praça de São Benedito, hoje um elefante branco, sem serventia, pois o sistema há muito tempo já não dispõe de pressão nem de líquido suficiente para encher suas dependências. Mas, com cerca de 20 mil habitantes, beber água tratada, saindo pelas torneiras ou tomar um banho de chuveiro, foi um sinal de progresso em meio à miséria da Baixada naqueles tempos. 

A fila anda 

O problema é que de lá para cá a população viananese mais que duplicou, chegando a cinquenta mil habitantes, segundo último censo do IBGE. No entanto, o investimento foi zero no sistema de captação e tratamento. Prefeitos se sucederam e, um a um, os gestores desdenharam da bomba relógio em que se tornou o abastecimento d´água em Viana. 

Recursos pelo esgoto 

Um alento para o saneamento básico no município surgiu nos anos noventa, na primeira gestão do petista Messias Costa (falecido) que deixou um legado na educação municipal, mas que nunca se dignou a conferir o saldo do fundo de participação de Viana, in loco no banco. Como socialista, o seu desapego ao vil metal gerou uma quadrilha de desvios de recursos públicos, dentro da prefeitura, debaixo do seu nariz, que perdurou até o ano passado, dezesseis anos depois. 

Entramos pelo cano 

Segundo informações da época, o então deputado Roberto Rocha, um jovem e promissor deputado federal do PSDB, destinou uma de suas emendas parlamentares com valor entre um e meio a dois milhões de reais para a implantação do serviço de tratamento de esgoto em Viana. Seria um alívio para o velho Lago Maracu, castigado por dejetos de toda ordem, assoreado e sem peixes. 

Assalto aos cofres 

A notícia se espalhou rápido. Caminhões carregados de canos de PVC atravessaram a cidade. A qualidade de vida parecia real diante dos nossos olhos. Mas, foi apenas uma miragem. Os recursos, ao invés de entrarem para os tubos em forma de benefícios, viram mansões, fazendas, sítios e ostentação para meia dúzia de bandidos, larápios, assaltantes dos recursos destinados ao bem dos vianenses. Lamentável!! 

Lama 

Quem anda pelas ruelas dos bairros Mutirão e a recente Invasão da Bacia, em Viana, ainda pode se deparar com inúmeros tubos de PVC, semi-enterrados ou estocados, esqueletos de um sonho que virou a mais completa lama. 

INJustiça 

Já se passaram mais de 15 anos. Os processos desses crimes dormem em berço esplêndido nas gavetas do Ministério Público e da Justiça. Aliás, virou uma “cultura do mal” subtrair dinheiro da prefeitura de Viana, pois os ladrões, todos apontam o dedo, a população vê, enxerga todos eles, mas a Justiça, bem... Melhor nem comentar! 

Uma bomba! 

Este editor conversou no último sábado (16) com o ex-diretor do SAE em Viana, o microempresário Zé Sá, em sua modesta loja de peças e venda de bicicletas, na Av. Camboa em São Luís. Zé Sá, que foi candidato a vereador não eleito na última eleição, pelo grupo do ex-prefeito Rilva Luís, é amigo e contemporâneo deste jornalista, desde o primário, ginásio e do curso de contabilidade do Colégio Antonio Lopes, em Viana. Nunca misturamos amizade com política. E a amizade segue firme! 

“Mui amigo”! 

Por outro lado, em algumas das minhas incursões em Viana, depois que saí da cidade para encarar outros desafios, encontrava Zé Sá e o ex-prefeito Rilva, sentados em calçadas, batendo animados papos e sem a companhia de mais ninguém. O mais intrigante e até inacreditável, é que Rilva estava em seu primeiro mandato de prefeito. Surfava ele nos bons índices deixados pelo antecessor, Messias Costa. Não vivia rodeado de puxa-sacos e ainda gozava da confiança e a esperança da população por ser um prefeito jovem e com um futuro pela frente. 

Vai que é tua vez, Zé!

 Como amigo, cheguei a lhe aconselhar (se possível faça isso com os amigos de fé). Que ele aproveitasse a chance, a amizade e o fato de ser casado com uma prima legítima do prefeito; que mostrasse serviço e seguisse um bom exemplo de homem público. Zé era proprietário de um Box na feira da Liberdade, em São Luís, e iniciava também a loja de peças na Camboa. 

A hora é agora! 

No segundo mandato de Rilva, finalmente chegou a oportunidade. Zé foi colocado para chefiar o SAAE, que pelas suas próprias palavras, “sozinho, é uma abacaxi pior do que toda a administração vianense junta”. “Apanhei muito, mas consegui dominar tecnicamente todo o sistema do SAAE”, afirmou Zé. 

Sem grana 

O problema maior ele descobriu só depois da empolgação pela posse. Os recursos oriundos das contas de águas eram desconhecidos e administrados tão somente por Rilva e pela sua secretária de finanças, Cacilda Santana, hoje apontada como o braço direito do esquema de sangria e desvios dos cofres públicos em Viana. O ex-gestor do SAAE contou que chegava implorar ao prefeito para que financiasse seus projetos, que comprasse equipamentos, suprimentos como o carvão mineral utilizado para a filtragem da água, cloro, entre outros artigos indispensáveis para a qualidade da água. 

Bancando o caos

Zé afirmou ainda que muitas vezes utilizou cheque da sua conta particular e até da sua mãe, para comprar suprimentos e pagar consertos das velhas bombas do SAAE, pois o ex-prefeito se ausentava 15, 20 e até 30 dias da cidade, sem que ninguém, nem seus familiares soubessem o seu paradeiro. 

Buracão de larvas 

Um dos investimentos que o prefeito cedeu pela metade, foi a construção de um novo tanque, para ampliar a capacidade de armazenamento e tratamento, na ETA do SAAE. A missão da obra foi confiada ao conhecido empreiteiro Lionel - rico e poderoso empresário do ramo da construção em Viana. Informações e contradições afirmam que de um total de R$ 900.000,00 (novecentos mil) apenas a metade foi paga pela prefeitura ao empresário. Resultado: o buracão está lá, cheio de lama e larvas de dengue. Água é bom... 

Aumento da rede 

Um dos problemas apontados pelo ex-gestor do SAAE, é que na sua administração, procurou “ dividir o bolo”, aumentando a rede de distribuição pelos bairros periféricos que sugiram em Viana. Com isso, boa parte do líquido que era destinada ao centro da cidade foi “capturada” por esse aumento do consumo. Para piorar, muitos usuários passaram a utilizar bombas de sucção, forçando a subida da água em caixas domiciliares e deixando outros sem uma gota na torneira. 

Buraco


A metáfora é compreendida através do velho adágio popular: “buraco de onde se tira e que não se bota”... Moral: sem investimento e com as bombas sucateadas, tudo explodiu de uma só vez! 

Elefante branco 

Ironicamente, foi o mesmo empresário Lionel que foi premiado com a construção da famosa caixa d´agua de 2 milhões de litros do bairro Vinagre, que juntamente com um novo sistema de captação, resolveria em definitivo o crônico problema de abastecimento de água em nossa cidade.
Caixa d´água de 2 milhões de litros. Elefante branco no bairro Vinagre, em Viana
Como se vê, parece que não temos sorte. A obra do Governo Federal, por meio da Funasa, está lá, parada, se deteriorando, enquanto a população sofre sem água. 

Saiu pior do entrou 

Voltando ao nosso amigo Zé Sá, parece que ele foi um dos pouquíssimos aliados do gestor "chiclete com banana", tatu-peba, que saiu mais “lascado” do que entrou. Zé foi injustamente acusado de por as mãos na folha de pagamento do SAAE, sendo que nunca geriu os recursos da autarquia. “Vendi o meu único carro para comprar peças de estoque da minha loja, senão faltaria dinheiro até para comer” afirmou resignado.

Zé Sá afirmou que Cacilda Santana, em conluio com Rilva, chegou a mandar imprimir blocos de notas fiscais da sua firma sem o seu consentimento. A tarefa coube à Inforgraf, do vereador Wisley, e serviu para lavar dinheiro e comprovar despesas fraudulentas de desvio de recursos.

Será por isso que o escolhido para servir de ventríloquo e boneco de cordas na desastrosa campanha eleitoral foi o Marcelo Santana, irmão da secretária? Alguém sabe o motivo desse rabo preso? 

Nem te ligo! 

Quando o prefeito Rilva retornou do inferno astral de 21 dias afastado da prefeitura, no ano passado, Zé Sá afirmou que seguiu o ex-prefeito por horas dentro do município e por bairros periféricos, ligando sem parar e sem ser atendido. 

Dividiu o bolo 

O final dessa história todo mundo sabe. Rilva Luís sacou criminosamente mais de dois milhões das contas da prefeitura, recursos que estavam bloqueados pela Justiça no Banco do Brasil de Viana, para pagamento da folha de novembro e dezembro do funcionalismo. Na casa de uma das suas secretárias, o ex-gestor colocou seguranças na entrada e só foi atendido quem ele queria. Ali, ele rateou parte dos recursos, pagou a turma da boquinha, os vereadores, bajuladores e sumiu com o resto da bolada, deixando um rombo estratosférico para o sucessor Chico Gomes. 

Pedala, Zé! 

E Zé Sá? Bem, Zé se candidatou mas não se elegeu vereador e voltou para a sua loja. Ficou a amargura de ser apunhalado pelas costas pelo o ex-amigo. Os dois não se falam desde dezembro de 2012 e Rilva nunca mais terá o seu apoio político, pois Zé está se desfiliando do PV. A experiência nos ensina que a vida é como andar de bicicleta: se pararmos de pedalar caem os dois - ciclista e a condução. Por tudo isso, e por ter aprendido muitas lições nessa passagem pela prefeitura de Viana, o amigo Zé Sá levantou, sacudiu a poeira, deu a volta por cima e segue pedalando, pedalando... 

O primeiro “mijo” 

Agora vamos mudar da água para o “mijo”. Depois de dois meses na incubadora o novo herdeiro de Karim Neto já está em casa, firme, forte e com saúde. Neto aproveitou então para reunir familiares e a “velha-guarda” para comemorar o seu niver e o primeiro “mijo” de Fernando, nome dado ao bebê em homenagem ao seu irmão do mesmo nome, que faleceu tragicamente em um acidente automobilístico. 

Animação 

Fernandinho ainda não marcou presença, ficando com a mãe, Sonia, no Araçagy, mas a festa foi muito animada, na casa dos seus pais, o ex-gerente do extinto Banco do Estado em Viana, o querido Carim Choairy e dona Zilma, na acolhedora residência na Ponta do farol, na Ilha. Com muita cerva gelada, churrasco e música ao vivo, pelos “Químicos” – que resurgiu das cinzas, agora com Cláudio Rocha voltando ao comando da bateria e Emerson Cutrim no violão e vocal. 

“Desconsulados” 

Dario até tentou dar uma palhinha no vocal, mas essa não é sua vocação. Saiu fora. Lucas de Canguelo não apareceu. Quem recebeu aplausos foi Sérgio Lopes, o Tebão, com sua inaudível versão de “No, woman, no cry” (Não, mulher, não chore) clássico do jamaicano Bob Marley. Ninguém entendeu uma frase sequer, mas diante da emoção da interpretação, Tebão recebeu muitos aplausos da galera. Também não se sabe quem é a “homenageada” dessas investidas de Tebão no universo musical. 

Só das antigas 

No vocal, Emerson nos brindava com clássicos dos anos setenta e oitenta, quando ainda morávamos em Viana, nos tempos do Areial e das barraquinhas de palha. Ainda bem que Bil não discursou! 

Quem apareceu da ”velha guarda”: 

Além dos já citados: Zé Raimundo Soeiro e o filho Mateus, Oberdan com um dos rebentos; Portela e Márcia; Kemps Lopes e Mayara; Miguel Serra e Helena; Taculina e Morena; Epitácio (Chefe) Cafeteira; Jeane Rocha, Rosana, Antonioni e Iomara, Ana Patrícia Choairy; Arlene Barros, entre outros amigos e familiares de Karim Neto. 

Amigos, amigos... 

A viúva do saudoso Carlos Barros, e ex-secretária de saúde em Viana, Arlene Barros, ao avistar este blogueiro na residência de Karim, da qual é vizinha, mostrou gestos de amizade, civilidade e cordialidade. Depois dos cumprimentos de praxe, exclamou; “Amigos, amigos, política à parte”! É isso aí! 

Golpe de Magrado 

Falando nisso, uma fonte informou ao Blog que o ex-candidato derrotado, agora técnico do INMEQ e empresário de farmácias, Magrado Barros, arregimentou um grupo de políticos sem rumo, descontentes e familiares com passagem pela gestão de Batista Luzardo, em Viana, para tentar levantar um movimento de protesto em causa da sua tentativa de assumir o velho casarão da Praça Ozimo de Carvalho, no tapetão, na marra, ou seja, por meio daquilo que não conseguiu pela vontadae soberana do povo: O VOTO!

Um conhecido político convidado para o suposto movimento, falou ao Blog que ao ser convidado com promessas de um cargo de Secretário, afirmou que deu sua resposta na bucha: um sonoro NÃO!!!

Ufa! Que domingão!!!

2 comentários:

Unknown disse...

Meu caro Luiz, rapaz! a cada visita ao seu blog fico estarrecido com as noticias nele divulgadas, certos momentos não sei como Viana ainda está em pé (expressão nossa), pois o que fizeram ao longo desse período, parece-me que foram 16 anos, é estarrecedor, lembro-me que ainda no governo do então Prefeito Messias (já falecido), meu primo Marcus me levou a conhecer o projeto lá pro lado da Barreirinha que iriam iniciar a fixação de tubos para água e esgoto, inclusive já existiam alguns buracos abertos e nada foi feito, é mole?
OH PREFEITO CHICO GOMES, DÊ UMA GUINADA DE 180 GRAUS NESSA CIDADE EM PROJETOS DE INFRAESTRUTURA (COMO VC JÁ ESTA FAZENDO) QUE O POVO ESTARÁ A SEU LADO. Um grande abraço a você Luiz e ao povo da minha terra.
Stelio Carvalho (Belem/PA)

Luiz Antonio Morais disse...

É meu caro Stélio. As verbas para o esgoto da nossa terrinha desceram pelo ralo, para os bolsos da famosa quadrilha de desvios públicos. E nada foi feito mesmo, nem a obra nem a investigação sobre o sumiço dos recursos. Só não vê quem não quer!

Abraços.