JULLY CAMILO – JORNAL PEQUENO
São Luís - Servidores estaduais da saúde
voltaram a protestar, na manhã de quarta-feira (20), contra a suspensão da
Gratificação de Produtividade do Sistema Único de Saúde (SUS). Os
manifestantes, vindos de várias cidades maranhenses – entre profissionais de
nível superior, médio e fundamental, munidos de bandeiras e faixas -,
percorreram o centro de São Luís, em passeata, e realizaram um ato público em
frente à Praça Dom Pedro II, já que, assim como no primeiro protesto (dia 24 de
outubro), foram impedidos pela Polícia Militar de avançar até a porta do
Palácio dos Leões (sede do governo estadual).
O Sindicato dos Servidores
Públicos do Estado (Sintsep-MA), que liderou o protesto, não descartou a
possibilidade de greve ou paralisação, caso o canal de negociações com o
governo não seja aberto nos próximos dias.
Segundo Cleinaldo Lopes,
presidente do Sintsep-MA, o governo federal, por meio do Ministério da Saúde,
disponibiliza 100% da verba do SUS para serem investidos nas unidades e redes
de saúde de todo o estado. Ele explicou que 30% são destinados ao pagamento da
Gratificação de Produtividade do SUS, e os outros 70%, devem ser investidos em
ações de saúde.
“O benefício já é pago há mais
de 20 anos aos profissionais da saúde, como médicos, psicólogos, enfermeiros,
fisioterapeutas, vigilantes, auxiliares administrativos, entre outros. No mês
de junho deste ano, a gratificação foi retirada da remuneração daqueles
profissionais que estão quase se aposentando. Já para os de nível superior, a
suspensão aconteceu em setembro; e, para os de nível médio e fundamental, a
previsão é para dezembro. Os servidores do setor administrativo que trabalham
só um expediente recebem uma porcentagem de 30% do vencimento, enquanto os que
trabalham em dois períodos do dia o benefício é de 60%. Ou seja, o menor
adicional é de R$ 444 e o maior pode chegar a R$ 4 mil, como é o caso dos
médicos e dependendo da carga horária desempenhada por eles”, afirmou o
sindicalista.
De acordo com Cleinaldo Lopes,
não houve nenhuma determinação federal quanto à suspensão do benefício, sendo
uma decisão arbitraria e unilateral, por parte do governo do Estado.
Ele disse que mais de 10 mil
trabalhadores em todo o estado terão a renda mensal comprometida em até 50%,
com o corte da gratificação.
Lopes relatou: “O secretário de
Saúde, Ricardo Murad, alegou em nota, que não existe uma gratificação
compulsória do SUS, e que o que há é uma política de gratificações regulada
pelo gestor, paga pelos recursos que compõem o orçamento total da Secretaria.
Ou seja, o governo entende que pode retirar quando quiser. São destinados
aproximadamente R$ 10 milhões por mês pelo governo federal, para o pagamento da
gratificação. Porém, não há critérios legais ou transparentes para a aplicação
deste recurso. O Estado paga como bem entende, porque Ricardo Murad nunca criou
a Comissão de Elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários, específicos
dos servidores da saúde, para regular a política de remuneração e gratificação
da área”.
Os manifestantes distribuíram
panfletos e boletins informativos às pessoas que transitavam pelas vias do
centro de São Luís e funcionários de estabelecimentos comerciais, percorrendo a
Rua da Paz, passando pela João Lisboa e parando na Praça Dom Pedro II, onde
finalizaram o movimento com um ato público.
O presidente do Sintsep-MA
afirmou que uma assembleia geral será convocada na próxima semana, na qual a
categoria deverá deliberar por uma paralisação de advertência ou greve geral
por tempo indeterminado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário