Presidente do sindicato, Antonio Benigno Portela |
Conforme o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário
do Maranhão (Sindspem), a greve de 24 horas foi decidida durante assembleia
realizada dia 11. A intenção é denunciar a falta de condições de trabalho e os
perigos a que estão expostos os trabalhadores do sistema prisional maranhense,
que convivem diariamente com a falta de gestão, a omissão diante das frequentes
rebeliões, fugas e assassinatos de presos.
“Não temos armamento digno. Também não dispomos de armamento
não letal e de coletes balísticos para proteção de agentes e presos. Como não
há controle, queremos, principalmente, que a segurança nas unidades prisionais
de Pedrinhas seja reforçada por policiais militares", alertou o presidente
do sindicato, Antonio Benigno Portela.
Parte dos agentes e inspetores que aderiram à paralisação
estava reunida diante do complexo, quando, por volta de 9h, começou o tumulto
flagrado por jornalistas locais. Presos foram filmados pulando os muros e sendo
contidos por policiais.
A assessoria do governo maranhense informou que o número
exato de fugitivos só será divulgado após conclusão da recontagem, que será
feita assim que a situação estiver controlada. A estimativa é que pelo menos
dez detentos tenham conseguido escapar por um túnel aberto a partir do Presídio
São Luís 1, um dos oito estabelecimentos que compõem o complexo. A direção de
Pedrinhas ainda não sabe se algum interno deixou o complexo durante o tumulto
da manhã.
Palco de constantes rebeliões, fugas, brigas e assassinatos
de presos, Pedrinhas contabiliza, este ano, 16 detentos mortos. Além disso, a
fuga dessa madrugada é a segunda em apenas uma semana. No último dia 10, 36
detentos escaparam do Centro de Detenção Provisória, depois que bandidos
obrigaram o motorista de um caminhão a atirar o veículo contra o muro do
complexo, abrindo um grande buraco no muro de concreto. Desses, apenas três
fugitivos já foram recapturados. Durante a fuga, quatro detentos ficaram
feridos.
Nessa segunda-feira (15), o diretor do Casa de Detenção,
Cláudio Barcelos, foi detido preventivamente, suspeito de facilitar a fuga.
Segundo a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic),
vinculada à Polícia Civil, ao menos dez presos podem ter pago para que o
diretor da unidade os deixasse escapar. Entre eles, os assaltantes de bancos
Paulo Leandro Maciel da Silva, Rodrigo Bezerra Lima Nunes e José Wilson
Pereira. Ainda de acordo com a Seic, o próprio diretor já admitiu o esquema de
facilitação de fugas. As autoridades maranhenses investigam a possível
participação de outros servidores e funcionários.
(Portal da TV Guará)
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