A agricultura familiar tem contribuído para a erradicação da
fome e superação da extrema pobreza no Brasil. A constatação é da Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) nos relatórios “Estado
da Insegurança Alimentar no Mundo” e “Estado da Segurança Alimentar e
Nutricional no Brasil – Um Retrato Multidimensional”, divulgados nesta semana
em Roma, na Itália. O relatório é uma publicação conjunta da FAO, do Programa
Mundial de Alimentos (PMA) e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento
Agrícola (Fida).
“A agricultura familiar é uma poderosa ferramenta para
garantir a segurança alimentar da população mundial e das futuras gerações.
Essa é uma visita de agradecimento e de esperança para podermos continuar
atuando juntos”, explica Eve Crowley, representante regional adjunta da FAO
para a América Latina.
Com esse desempenho, o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome
em 2014. Os relatórios mostram que o Indicador de Prevalência de
Subalimentação, medida empregada pela FAO há 50 anos para dimensionar e
acompanhar a fome em nível internacional, tem no Brasil nível menor que 5% -
percentual fixado pela organização para considerar um país superou o problema
da subnutrição.
Segundo os dados do documento, o Brasil é um dos 25 países
que conseguiram reduzir pela metade ou até mais o número de pessoas desnutridas
nas últimas duas décadas. O Brasil está ainda entre os dez países que tiveram o
melhor desempenho quando se trata da redução da proporção entre o número de
famintos e a população total. Na lista também estão Cuba, Venezuela e
Tailândia.
Escala mundial
Cerca de 805 milhões de pessoas, uma em cada nove, sofrem de
fome crônica no mundo, segundo o relatório. No entanto, o estudo confirmou
tendência positiva observada nos últimos anos de redução da desnutrição
mundialmente: o número de pessoas subnutridas diminuiu em mais de 100 milhões
na última década e em mais de 200 milhões desde o período 1990-1992.
Segundo o documento, a redução da fome nos países em
desenvolvimento significa que a meta dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM) de diminuir à metade a proporção de pessoas subnutridas até 2015
pode ser alcançado.
O relatório ressaltou que o acesso a alimentos melhorou significativamente
em países que experimentaram progresso econômico, especialmente no Leste e
Sudeste da Ásia. O acesso à comida também aumentou no Sul da Ásia e na América
Latina, mas principalmente em países que têm formas de proteção social,
incluídos os pobres no campo, segundo o estudo.
No entanto, o relatório apontou que apesar do progresso
significativo geral, ainda persistem várias regiões que ficaram atrás. Na
África Subsaariana, mais de uma em cada quatro pessoas continua com fome
crônica. A Ásia abriga a maioria dos famintos – 526 milhões de pessoas. A
América Latina e o Caribe são as regiões que fizeram os maiores avanços na
segurança alimentar.
O relatório reforça que a erradicação da fome requer o
estabelecimento de um ambiente propício e um enfoque integrado, que incluam
investimentos públicos e privados para aumentar a produtividade agrícola, o
acesso à terra, aos serviços, às tecnologias e aos mercados, além de medidas
para promover o desenvolvimento rural e a proteção social dos mais vulneráveis.
FONTES: www.ebc.com.br; www.mda.gov.br; www.dw.de
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