Principal pilar dos votos pela reeleição da presidente Dilma
Rousseff, a região Nordeste não passa pela retração econômica atacada pelos
candidatos oposicionistas.
Segundo cálculos do Banco Central, a economia nordestina
cresceu 2,55% no segundo trimestre do ano, na comparação com o primeiro –que já
havia mostrado expansão de 2,12%.
São taxas sem paralelo no restante do país. Nenhuma das
demais regiões obteve dois trimestres consecutivos de alta, e as taxas, mesmo
quando positivas, foram bem mais modestas.
Pela medição do IBGE, a economia do Brasil encolheu 0,2% de
janeiro a março e 0,6% de abril a junho. Por uma convenção internacional, duas
quedas consecutivas são um sintoma de recessão.
Os dados do BC e IBGE não permitem detalhar o que distingue
os resultados do Nordeste e do Brasil, mas ajudam a entender por que as
críticas à política econômica dilmista têm eco menor na região.
Lá, a petista teve 50,5% dos votos válidos, contra 28,2% do
tucano Aécio Neves e 18,1% de Marina Silva (PSB). Nos nove Estados nordestinos,
Dilma só não venceu em Pernambuco.
Pelo menos parte da explicação está no peso da administração
pública na economia da região. Dependendo do Estado, o peso dos serviços
prestados pelos governos –federal, estadual e municipal– na renda local varia
de 18%, semelhantes à média nacional, até 32%.
Isso significa que aumentos nos gastos com previdência,
saúde, educação e Bolsa Família têm um impacto muito maior nesses locais do
que, por exemplo, em São Paulo, onde a administração pública responde por
apenas 9% do Produto Interno Bruto.
O peso do Estado é ainda maior no Norte, onde Dilma também
foi amplamente vitoriosa –com 59,6% dos votos válidos. Nesse caso, as
proporções são infladas pelas dimensões reduzidas da população e da economia da
região.
Enquanto o Nordeste abriga 28% da população e 13% do PIB do
país (pelo cálculo mais recente do PIB regional, de 2011), as participações do
Norte são de apenas 8% e 5%, respectivamente.
Folha online
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