Órgãos ambientais e parlamentares precisam fiscalizar a
"lama vermelha" da Alumar e manter a população informada sobre os
riscos
Lago de lama vermelha da Alumar, em São Luís, não tem
divulgação do monitoramento
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Uma avalanche de lama tóxica devastou o subdistrito de Bento
Rodrigues, em Mariana (MG), hoje à tarde, após o rompimento das barragens
Fundão e Santarém, da mineradora Samarco.
Até agora o Corpo de Bombeiros computou 17 mortos. Além das
vidas perdidas, o impacto da contaminação será prolongado e vai atingir toda a
economia na região.
O desastre de Mariana acendeu o sinal amarelo na zona
industrial de São Luís (MA), nas proximidades do Porto do Itaqui, onde a Alumar
despeja toneladas de resíduos tóxicos provenientes da bauxita.
Refinada, a bauxita produz alumina. O resíduo desse processo
é denominado “lama vermelha”.
A Alumar não tem uma política de transparência sobre a
situação da “lama vermelha” armazenada pela empresa.
Se existem relatórios de monitoramento, esses documentos não
são divulgados em nenhum meio de comunicação, de forma acessível aos moradores
da região metropolitana de São Luís.
Nenhum vereador, deputado ou mesmo os órgãos de controle
ambiental divulgam relatórios de monitoramento da “lama vermelha” da Alumar.
ALERTAS ANTIGOS
A multinacional instalou-se em São Luís nos anos 1980, no
governo João Castelo, fruto do consórcio entre Alcoa (EUA), HPP Billiton
(Grã-Bretanha), Alcan (Canadá) e Albaco (EUA/Austrália).
À época da implantação da Alumar, o poeta Nascimento de
Moraes Filho e o advogado e jornalista Josemar Pinheiro lideraram o Comitê de
Defesa da Ilha, movimento ambientalista muito importante no combate aos
megaprojetos poluentes que ameaçavam e seguem ameaçando a sustentabilidade em
São Luís.
Naquele período o Comitê de Defesa da Ilha já alertava para
os riscos de rompimento dos reservatórios de lama vermelha da Alumar, que podem
causar um desastre de grandes proporções.
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