Do ministro Carlos Ayres de Brito, um dos vencidos no julgamento da abrangência da Lei da Anistia (o outro foi o ministro Ricardo Lewandovsky, no resultado de 5 a 2 pelo esquecimento das torturas do regime militar):
“Um torturador é um monstro, é um desnaturado, um tarado. Um torturador é aquele que experimenta o mais intenso dos prazeres diante do mais intenso sofrimento alheio perpetrado por ele. É uma espécie de cascavel de ferocidade tal que morde ao som dos próprios chocalhos”.
O médico e os monstros
Hecilda Fontelles, militante do PCdoB, na época estudante, hoje professora da Universidade Federal do Pará, foi uma das vítimas das “cascavéis” referidas pelo ministro:
“Quando fui presa, minha barriga de cinco meses de gravidez já estava bem visível. Fui levada à delegacia da Polícia Federal, onde, diante da minha recusa em dar informações a respeito de meu marido, Paulo Fontelles, comecei a ouvir, sob socos e pontapés: ‘Filho dessa raça não deve nascer’. (…) me colocaram na cadeira do dragão, bateram em meu rosto, pescoço, pernas (...) Da cadeira em que sentávamos saíam uns fios, que subiam pelas pernas e eram amarrados nos seios. (...). Aí, levaram-me ao hospital da Guarnição de Brasília, onde fiquei até o nascimento do Paulo. Nesse dia, para apressar as coisas, o médico, irritadíssimo, induziu o parto e fez o corte sem anestesia”. (Leia mais AQUI)
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