segunda-feira, 18 de outubro de 2010

MAIS EMBATE, MENOS DEBATE

Candidatos não ajudam eleitor a decidir o voto

O clima beligerante que dominou perguntas e respostas, os temas centrais abordados e a postura dos candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) não ajudaram o eleitor a definir seu voto ou a perceber as diferenças entre os seus planos de governo. Foi este o consenso entre o professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Uerj Marcus Figueiredo e o historiador e sociólogo Marco Antonio Villa, este acompanhando o debate direto dos estúdios da RedeTV!, em São Paulo.

— O debate foi medíocre. Ser viu para confundir o eleitor, e não para mostrar diferenças entre planos de governo — disse Villa.

Ele destacou que Dilma insistiu numa estratégia monotemática, focada na privatização, enquanto Serra apresentou um leque mais amplo de temas. Os dois, no entanto, não conduziram discussões elucidativas sobre temas fundamentais.

— As grandes questões nacionais, sejam econômicas, científicas ou de exportação, não foram colocadas — avaliou o sociólogo.

— Essa pobreza deve-se à forma como as questões foram abordadas. Sempre em tom de agressão ou como ponte para falar de corrupção.

Marcus Figueiredo observou candidatos “menos acuados e confiantes na vitória”:

— Se destaca a tentativa de um desqualificar o outro. Falta falar de projetos futuros. As comparações entre governos passados predomina. Essa estratégia não leva o eleitor ao voto. Serra diz que dará continuidade ao governo Lula. E este é o discurso de Dilma. A diferença é que Serra usa um jogo de palavras para disfarçar intenções tucanas sobre privatização. (O Globo)

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