Viana - Cleinaldo Bil, vianense, tradicionalista de corpo e alma,
ainda prefere chamar a ceia natalina - oficializada pelo comércio para vender
produtos como chester, peru, panetone, entre outros atrativos gastronômicos
natalinos – de “Meia-Noite”.
Por isso, reuniu familiares e amigos na residência dos seus
saudosos pais, Carlos Lopes e Dona Irací (falecidos) para comemorar o
nascimento de Jesus. Enquanto quase toda a cidade se esbaldava ao som do “rei
do coladinho”, Paulinho Paixão, Bil não abriu mão do peru assado entre outros pratos,
regados a cerveja, cumprindo assim a tradição de “amanhecer” para o Dia de Natal.
"Roubaram minha galinha"
Não podemos afirmar se a tradição persiste, mas, ainda na
década de oitenta, o gostoso da noite de Natal em Viana - entre os jovens mais
pobres - era saborear uma galinha ou um pato, de preferência "roubado" de um quintal
vizinho, como prova da coragem e destreza da galera do bairro.
Todos se reuniam em um determinado local, longe dos olhares
dos “fofoqueiros”. Rolava muito “goró”, brincadeiras, músicas, tudo enquanto o “ladrão”
escolhido cumpria a tarefa de trazer o prato principal da “Meia-Noite”.
Se não havia amigo oculto, músicas natalinas, entre outras
efemeridades do Natal de hoje, sobrava alegria, amizade, companheirismo e
sempre deixava saudades, diante dos comentários do dia seguinte, principalmente
as reclamações do dono da ave, surrupiada inocentemente para a “Meia Noite” do
Natal dos meninos de Viana. Tempos que não voltam mais.
Confira imagens da "Meia-Noite" de Bil, em Viana.
Fotos: Bil
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