São Luís - Pela primeira vez na história do história do TRE – Tribunal
Regional Eleitoral -, um juiz indicado pela OAB-MA iniciou uma audiência
ameaçando processar jornalista que questionam a legitimidade dele, filho do
subsecretário da Casa Civil, Antonio Muniz, conduzir as oitivas das testemunhas
de defesa no processo em que o governador José Reinaldo Tavares pede a cassação
do mandato da governadora Roseana Sarney (PMDB) e do vice Washington Oliveira
(PT), por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2010.
Antes de iniciar a iniciar a tomada dos depoimentos dos
secretários Hildo Rocha (Assuntos Políticos) e Sérgio Macedo (Comunicação), os
únicos que comparecem para depor, nesta manhã de segunda-feira (05), o juiz
Sérgio Muniz, olhando fixamente para os jornalistas Jorge Vieira, Henrique Bois
e para o blogueiro Felipe Klant, os únicos presentes na abertura dos trabalhos,
ameaçou processar quem “voltasse a escrever baboseiras” sobre sua conduta a
frente do processo.
O magistrado se referia aos questionamentos da imprensa
sobre o seu impedimento para conduzir a oitiva ordenada pelo TSE por ser filho
do sub-chefe da Casa Civil, Antonio Muniz, interessado em manter o mandato da
governadora, por ser integrante do grupo que está no poder.
“Não me considero impedido de conduzir a carta de ordem do
TSE, porque meu pai ocupa o mesmo cargo que ocupava a 31 anos, quando tinha
apenas 9 anos, além do mais, em momento algum, me sinto devedor de alguém no
Maranhão por ter chegado onde cheguei, pois cheguei aqui por mérito e não me
sinto de forma alguma impedido de conduzir as audiência”, disse em tom
ameaçador. Muniz destacou ainda que vem sofrendo ataques da imprensa com o
argumento de que estaria atrasando o processo de cassação da governadora e
avisou: “vou processar quem quer que seja”.
O magistrado, ao invés de ameaçar a imprensa, por informar
que ele passou 53 dias com o processo na gaveta, deveria se dirigir aos
advogados de acusação, pois foram eles que reclamaram contra a morosidade para
ouvir as testemunhas e levantaram suspeitas sobre legitimidade dele permanecer
no processo sendo filho de Antonio Muniz, um auxiliar do governo que serve ao
grupo Sarney há 31 anos, conforme ele mesmo reconheceu antes abrir a sessão.
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