segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Flávio Dino gasta munição contra jornalista


LEÕES COMEMORAM PROCESSO DE FLAVIO DINO CONTRA JORNALISTA DO SISTEMA MIRANTE


Eleição, às vezes, é decidida em um detalhe. No Maranhão, essa minúcia pode ser construída artificialmente ou originada por erros dos próprios candidatos.

Repentinamente, os pormenores transformam-se em fatos relevantes, porque acionam dispositivos até então ocultos nas batalhas eleitorais.

Quando todos os ventos pareciam favoráveis ao pré-candidato Flavio Dino (PCdoB), eis que surge um processo do comunista contra o jornalista Marco Aurélio D’Eça – destacado atacante do Sistema Mirante na internet e no jornal O Estado do Maranhão.

A coordenação da campanha de Luis Fernando Silva (PMDB), reunida no Palácio dos Leões, vibrou quando soube do processo judicial.

Na interpretação dos estrategistas do governo, Dino demonstrou insegurança, como se tivesse escorregado na casca de banana deixada de propósito em uma das calçadas destruídas de São Luís.

A maior parte dos ataques a Flavio Dino vem de Marcos D’Eça, em textos com palavras agressivas para desqualificar o comportamento, as ações, os gestos, mexer nas afetividades familiares e até no visual do comunista.

O processo é motivado pelos textos de Deça relacionados ao caos no sistema penitenciário do Maranhão, nos quais acusa Dino de tirar proveitos eleitorais com a onda de violência dentro e fora dos presídios.

O jornalista abusou das interpretações, Dino sentiu os golpes e decidiu dobrar Deça na Justiça.

VENTO E VENTANIA

Considerando que Flavio Dino lidera as pesquisas com folga, podendo até ganhar no primeiro turno, o processo foi um erro e virou uma arma nas mãos dos adversários.

É só uma questão de tempo para o conflito judicial ser usado contra Dino, atribuindo a ele os adjetivos de carrasco, perseguidor de jornalistas, censor, ditador etc, adicionados ao grotesco título de “chefão do comunismo”.

Flavio Dino tem fama de autoritário, traço característico da magistratura, onde ele militou como e juiz federal e antes advogando.

Nas circunstâncias de candidato a governador pelo PCdoB, partido onde vigoram o centralismo democrático e resquícios do stalinismo, ele seria a pessoa menos indicada para processar um jornalista fiel a Sarney.

ARTIFICIALIDADES

No laboratório de maldades da oligarquia Sarney, até um falso defunto já foi criado para derrotar o então candidato da oposição Epitácio Cafeteira, em 1994.

À época, tentaram relacionar Cafeteira à suposta morte do ferroviário Reis Pacheco, posteriormente encontrado vivinho da silva, mas já era tarde. Cafeteira estava derrotado.

Em condições bem mais favoráveis que Cafeteira para sepultar politicamente Sarney, Flavio Dino demonstrou inabilidade política para lidar com o ódio – a maior das paixões em campanhas eleitorais.

Certos ódios servem para alimentar os egos dos políticos. José Sarney sabe disso. Flavio vai aprender com o tempo.

Processando Deça, Flavio Dino desperdiçou munição no começo da guerra. Pode faltar depois.

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