Baixa na oferta mexe com o habito alimentar de 79% dos maranhenses. Quilo da pescada custa em média R$ 30, 76% a mais em relação a 2014.
Do G1 MA com informações da TV Mirante
Os estoques ficaram vazios e o preço do pescado disparou no
mercado. A escassez de pescado e a alta dos preços coincidem com o tempo de
baixa atividade no mar. O quilo da pescada amarela, vendido por R$ 17 em agosto
de 2014, hoje custa em média R$ 30, uma variação de 76% em apenas seis meses.
A falta de estrutura e tecnologia da maioria dos pescadores
maranhenses impede que eles consigam navegar até a costa, uma das zonas
pesqueiras mais ricas do país e por onde os cardumes migram em uma espécie de
corredor, que se estende da foz do rio Amazonas e vai até a foz do rio
Parnaíba.
E quando a solução não vem da costa maranhense vem de outros
estados. “80 ou 90% do consumo de peixe em São Luís vem de fora. Vem de Santa
Cataria congelado ou fresco quando vem do Pará”, explicou o empresário Edson
Silva.
Com isso, os negócios nas peixarias congelaram. É o que
avalia o comerciante Manoel Lisboa que já chegou a vender várias toneladas de
peixe e hoje enfrenta algumas dificuldades. “Já cheguei a vender em faixa de
quatro mil quilos e hoje não chega a uma tonelada não”, lamentou.
A baixa na oferta do peixe no mercado mexe com o habito
alimentar de 79% dos maranhenses, que consomem pescado pelo menos uma vez por
semana. Sem contar que o peixe que chega a mesa do consumidor está cada vez
menor.
Em 1985, o peso médio do peixe pedra, capturado na costa
maranhense, era de 1,5 Kg. Dez anos depois, em 1995, o peixe diminuiu para
1,100Kg. Em 2005, o peso deste peixe chegou a 750g. “Tem que ter controle para
pescaria para ter o tempo de o pessoal pescar para trazer o peixe, a deixar
produzir um pouco que ela volta ao que era”, disse o pescador Benedito Rolim.
Período de defeso
Pelo menos 210 mil pescadores maranhenses estão de braços
cruzados e recebem seguro defeso do Governo Federal para não pescar na
temporada de reprodução dos peixes. No porto da raposa, por exemplo, tem uma
frota de barcos parado há mais de 20 dias. São pescadores que vieram passar o
natal com a família e ainda não voltaram. Outros aproveitam para fazerem a
manutenção das embarcações antes de retomarem a pescaria para a semana santa.
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