Dona Maria Bastos, presidente da Associação de Pacas, com o empreendedor Eduardo Castelo Branco e presidente do Fórum, Flávio Braga. |
No ano em curso, o Fórum em
Defesa da Baixada Maranhense conheceu duas experiências de arranjos produtivos
locais (nos município de Matinha e Anajatuba) que serviram, sobretudo, para
comprovar que a superação da extrema pobreza na região da Baixada pode ser
alcançada com medidas de exequibilidade singela e grande alcande social.
Com efeito,
há uma circunstância particular que diferencia nitidamente a Baixada das outras áreas pobres do Maranhão: embora o seu povo
seja muito carente, as soluções para melhorar as suas condições de vida são
baratas, simples e de fácil resolutividade. Só depende da vontade política de
nossos governantes. Apesar da sua abundante disponibilidade hídrica, a escassez
de água no período crítico do verão maranhense ainda é o principal flagelo das
comunidades baixadeiras. A retenção da água doce nos
campos da Baixada representa
a maior riqueza para as atividades produtivas das comunidades baixadeiras
No caso
específico de Matinha (povoado Itans), o Fórum conheceu o extraordinário
caso de empreendedorismo na cadeia produtiva de piscicultura, cujo projeto se
tornou referência no setor e hoje se constitui uma das matrizes econômicas
fundamentais para o desenvolvimento sustentável da Baixada. É um dos nossos grandes
exemplos de que é possível produzir explorando as potencialidades naturais da
região, a partir da capacitação dos produtores e foco na geração de trabalho e renda.
Essa experiência empreendedora assumiu uma importância tão grande que no dia 8
de agosto (próximo sábado) o governador do Estado comparecerá a Itans para
assinar a Ordem de Serviço para a construção da Estrada do Peixe, interligando
a sede do município ao povoado.
De sua vez, os
arranjos produtivos de Anajatuba, desenvolvidos por intermédio da atuação do
Dr. Eduardo Castelo Branco, zootecnista e membro do Fórum da Baixada, são
experiências de sucesso comprovado na emancipação econômica das comunidades
beneficiadas, com forte impacto na superação da extrema pobreza rural (projetos do Igarapé do Troitá, da produção de mel no
povoado Teso Bom Prazer e da piscicultura nativa consorciada com fruticultura
no povoado Pacas).
O Igarapé de Troitá mede
8km de comprimento, 10m de largura e 2m de profundidade, e foi dragado para
garantir a retenção da água doce durante todo o ano, proporcionado a
permanência e reprodução dos peixes nativos durante o verão e outras pequenas
criações (bois, porcos, patos etc).
A produção de mel de abelha
no Teso Bom Prazer garante o sustento das famílias da localidade mediante a
exportação dos vários produtos apícolas (mel, própolis, cera etc), evidenciando
o imenso potencial da Baixada para a exploração da apicultura como atividade
econômica.
No povoado Pacas, foi
desenvolvido um projeto consorciado de piscicultura nativa e fruticultura
(banana, açaí e maracujá), a um custo de 200 mil reais, que garante o sustento
de 42 famílias, numa área de apenas 3 hectares. Nesse arranjo produtivo são
produzidas 4500 bananas por mês e 15 toneladas de peixes por ano, sem qualquer
ônus para os beneficiários do projeto. (Ascom - FDBM)
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