A D. Mirella Prosdócimo, presidente do Conselho Municipal de
Pessoas com Deficiência de Curitiba, assumiu que o tal “Movimento pela Reforma
de Direitos”, que pregava a redução dos direitos das pessoas “deficientes” era
uma “pegadinha” para chamar atenção sobre o tema.
Por conta de ser uma mulher, retiro o “fdp” que destinei aos
criadores deste troço.
Mas não os demais conceitos deprimentes que usei.
Não se faz propaganda desonesta, nem com uma suposta “melhor
das intenções”.
Tiro o exemplo da campanha que D. Mirella conduziu, algum
tempo atrás, que explorava, sem ofender ninguém, a reação de quem ocupava as
vagas reservadas ao veículos de pessoas com deficiência ao verem uma cadeira de
rodas em suas vagas.
O slogan era ” Esta vaga não é sua nem por um minuto!”
Pois é, D. Mirella: agressão a pessoas com deficiência não é
boa nem por um minuto. Nem de “brincadeirinha”.
Muito menos iludir a boa-fé de quem, sinceramente e com
emoção, as defende.
Veja como a “brilhante ideia” feriu e magoou as pessoas que
são solidárias e respeitosas com seus irmãos que portam deficiências. A
campanha mobilizou, sim, mas mobilizou quem já respeitava estas pessoas ao
ponto de se indignarem.
Já vivi a experiência de ter um ente queridíssimo, por ter
um leve transtorno de desenvolvimento, ser recusado em duas escolas. Engolir o
sentimento de injustiça e desumanidade já foi duro. Ver alguém brincar com ele
é além do suportável.
Conto, se a senhora não conhece, uma historinha que se
contava às crianças, antigamente, para ensinar-lhes como a mentira, feita para
atrair a solidariedade alheia, acaba em desastre.
Os mais velhos se lembram: um menino, numa pequena aldeia,
saía à noite e gritava: “lobo, lobo,lobo!”. E os habitantes da aldeia
levantavam-se de suas camas e corriam a ajudar o menino. Não havia lobo algum e
a brincadeira se repetiu algumas vezes. Uma noite, porém, os gritos não eram
falsos: “lobo, lobo, lobo!”.
E como já ninguém cria no menino, ele foi devorado.
Espero que não surja, agora, um movimento de gente má, ruim,
egoísta – e se não houvesse não precisaria de propaganda, não é, D. Mirella? –
que ache mesmo que está demais termos
vaga, cota ou gratuidade para pessoas com deficiência.
As pessoas que lhes são solidárias, desconfiadas das
“pegadinhas”, não vão mais acorrer aos gritos de “lobo, lobo, lobo!”
Quando as pessoas de bem, afinal, acham bonito ter “a
ousadia dos canalhas”, acanalham-se também.
PS. Como gosto de publicidade e de publicidade de qualidade,
onde se mexe para o bem com os sentimentos, coloco aí embaixo o comercial da
Edeka, rede de supermercados alemã. que em três dias teve mais de 12 milhões de
visualizações. O tema é pesado, a execução do filme tensa e a mensagem,
comovente. Aprendam aí…
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