terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A fragilidade política da Baixada Maranhense

Houve um tempo que a Baixada Maranhense gozava de pujança política. Tempos em que só na Assembleia Legislativa eram mais de uma dezena de deputados da região. E isso quando possuía menos de 200 mil habitantes lá pelos idos de anos 80/90.

Atualmente a Baixada agrega quase 500 mil habitantes, mas não tem a força política compatível com estatística populacional desse belo e rico pedaço de chão maranhense.

Além dessa flagrante falta de representatividade política da Baixada Maranhense, principalmente no âmbito do parlamento estadual, percebe-se uma completa falta de articulação das lideranças baixadeiras em torno de uma pauta comum. Via de regra prevalece a disputa tacanha sem qualquer elemento estratégico para o conjunto da região. O resultado não poderia ser outro senão a pobreza quase que generalizada.

Ver-se a bancada do Sul do Maranhão na Assembleia Legislativa é percebe-se o quanto os deputados são atuantes em defesa da região deles. Há disputas, evidentemente, mas na hora que está em jogo o interesse da Sul os parlamentares vão pra cima. Não é à toa que o movimento divisionista é forte entre eles. Falta esse sentimento “territorialista”, por assim dizer, aos políticos da Baixada.

Quando se visita a Baixada Maranhense a impressão é de que a região estacionou no tempo. E pior: parece que a população se acostumou com aquela vida quase idílica onde um pouco basta para sobreviver. Essa situação deve-se principalmente à fragilidade política da região.

Nesse sentido, movimentos surgidos a partir da sociedade civil, como é o caso do Fórum em Defesa da Baixada Maranhense, são fundamentais enquanto instrumentos de pressão. Mas só o fórum não pode fazer muita coisa: é preciso força política real e concreta, que só é possível com representação popular e uma agenda estratégica unificada de prefeitos, vereadores, empresários, movimentos sociais etc.

Conclusão: ou a Baixada Maranhense se une em torno de uma pauta comum levando em conta suas dificuldades e potencialidades, ou a região vai continuar por muitos anos ainda sendo tão somente uma gigantesca fazenda não somente de búfalos, mas de gente também.

O que é uma pena.

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