O Maranhão foi o Estado que mais registrou casos graves de
violações contra jornalistas e comunicadores no Brasil em 2015. Os dados foram
publicados pela ONG Artigo 19, em um relatório divulgado nesta terça-feira (3),
coincidindo com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. No país ocorreram seis
mortes, sendo que duas foram registradas no Estado, além disso, foram outros
cincos casos de violência.
Os blogueiros Ítalo Diniz e Orislandio Timóteo Araújo, mais conhecido como Roberto Lano, foram assassinados no mês de novembro no interior do Maranhão. O primeiro foi morto no dia 13 por dois motoqueiros, ao ser atingido por quatro disparos de armas de fogo, em Governador Nunes Freire. O segundo no dia 22, morto praticamente da mesma forma, com um tiro disparado por um homem em uma moto em Buriticupu (MA).
Os blogueiros Ítalo Diniz e Orislandio Timóteo Araújo, mais conhecido como Roberto Lano, foram assassinados no mês de novembro no interior do Maranhão. O primeiro foi morto no dia 13 por dois motoqueiros, ao ser atingido por quatro disparos de armas de fogo, em Governador Nunes Freire. O segundo no dia 22, morto praticamente da mesma forma, com um tiro disparado por um homem em uma moto em Buriticupu (MA).
No país, em 2015, foram 35 casos de violência contra 21 em
2014, um crescimento de 67%.
No ano passado, foram 6 casos de assassinato de
comunicadores, 7 tentativas de homicídio e 22 ameaças de morte –todos relacionados
ao exercício da liberdade de expressão, segundo apuração da entidade, que se
baseou em entrevistas com vítimas, colegas de trabalho, familiares e
autoridades.
As vítimas foram blogueiros (13 casos), jornalistas e
repórteres (11), radialistas (6), donos de veículos de comunicação (2),
fotógrafos (2) e um chargista.
O relatório não se propõe a dar conta da totalidade dos
casos ocorridos no país, uma vez que muitas vítimas não prestam queixa.
A maioria das violações foi no Nordeste –diferentemente dos
anos anteriores, em que a maior parte ficava no Sudeste. O Estado que puxou a
alta foi o Maranhão, com sete casos (20% do total do país).
“Em sua maioria, tanto neste relatório como nos anteriores,
os casos não são resolvidos. Essa é a principal análise que a gente faz este
ano: o número de casos aumentou principalmente por esse cenário de impunidade,
de falta de resolução, de falta de um olhar do Estado para resolver o
problema”, disse Júlia Lima, do programa de Proteção e Segurança da Liberdade
de Expressão da Artigo 19.
Blogueiros foram os mais vulneráveis –dos 6 assassinados, 3
eram blogueiros. Uma das razões, segundo Júlia, é a ausência de uma empresa ou
de uma instituição que dê respaldo ao trabalho desses comunicadores. A maioria
dessas vítimas de violência escrevia sobre política local.
Júlia destacou ainda o perfil dos autores das violações,
segundo a apuração da ONG: em 11 casos eram políticos (32% do total), e em 5,
agentes públicos (14%).
Houve ainda quatro empresários (11%), dois ligados ao crime organizado (6%) e um fazendeiro (3%). Em 11 casos (32%), não foi possível apurar quem foi o autor ou ele não se enquadrava em nenhum perfil. (Blog Marrapá)
Houve ainda quatro empresários (11%), dois ligados ao crime organizado (6%) e um fazendeiro (3%). Em 11 casos (32%), não foi possível apurar quem foi o autor ou ele não se enquadrava em nenhum perfil. (Blog Marrapá)
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