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A Câmara dos Deputados passa por um período pouco
auspicioso: o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é réu no maior esquema de
corrupção já descoberto no país e está impedido de exercer o mandato por ordem
judicial. Para piorar, nesta semana avançou na Casa um pedido de cassação do
seu mandato. No lugar do peemedebista, assumiu o deputado Waldir Maranhão
(PP-MA), um parlamentar também enrolado no escândalo de desvios da Petrobras.
Diante de suas decisões atrapalhadas e da falta de traquejo político, Maranhão
sequer costuma comparecer ao plenário.
Mas o presidente interino não tem hesitado em desfrutar das
vantagens da cadeira. Recentemente, ele foi dar seus exemplos sobre
transparência na gestão pública ao Congresso do Chile. O tour custou quase
70.000 reais, segundo dados obtidos pelo site de VEJA por meio da Lei de Acesso
à Informação (LAI).
Maranhão viajou a Santiago no dia 31 de maio para participar
de um intercâmbio de informações. No dia seguinte, o deputado participou de
algumas reuniões, entre elas com os presidentes da Câmara e do Senado chilenos,
e também fez uma visita à biblioteca do Parlamento chileno. No dia 2 de junho,
teve encontro com membros do Conselho de Transparência do país vizinho. Na
agenda do terceiro dia de viagem consta apenas um almoço oficial. O presidente
interino voltou ao Brasil no dia 4.
Também estiveram na viagem, com custeio da Câmara, o
deputado Claúdio Cajado (DEM-BA), dois assessores legislativos e dois
seguranças de Maranhão. Apenas em diárias, verba destinada a cobrir custos como
hospedagem e alimentação, foram gastos 42.995 reais. As passagens aéreas
custaram 22.128 reais – os dois deputados viajaram em classe executiva. Houve
ainda um gasto adicional de 4.229 reais para arcar com taxas aéreas. O custo
total foi de 69.352 reais.
Apesar dos gastos, ainda não está claro como a experiência de transparência chilena vai ser incorporada à rotina na Câmara. Duas semanas após a viagem, Maranhão continua mantendo-se às sombras e sem dar explicações à imprensa. A assessoria da presidência da Câmara foi questionada sobre como o gasto com a viagem foi revertido em benefícios para a Casa, mas não se manifestou.
Apesar dos gastos, ainda não está claro como a experiência de transparência chilena vai ser incorporada à rotina na Câmara. Duas semanas após a viagem, Maranhão continua mantendo-se às sombras e sem dar explicações à imprensa. A assessoria da presidência da Câmara foi questionada sobre como o gasto com a viagem foi revertido em benefícios para a Casa, mas não se manifestou.
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