São Vicente Ferrer
sofre com menor PIB per capita do país
Cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas. De cada dez moradores, sete vivem na área rural.
Cidade tem pouco mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas. De cada dez moradores, sete vivem na área rural.
Deu no Jornal Nacional
O IBGE divulgou alguns dados que mostram a relação entre as
riquezas produzidas pelo Brasil e como ela é distribuída entre os municípios. É
a participação municipal no Produto Interno Bruto do ano de 2009.
O Instituto mostrou o ranking das cidades de acordo com o
PIB per capita, que é a soma de tudo que é produzido pela economia do local
dividida pelo número de habitantes. O município que obteve o menor índice fica
no Maranhão.
São Vicente Ferrer, a 280 quilômetros de São Luís, tem pouco
mais de 20 mil habitantes, nenhuma indústria e 170 lojas, a base da economia na
área urbana do município.
De cada dez moradores de São Vicente Ferrer, sete vivem na
área rural. Boa parte depende da agricultura de subsistência, ou seja, planta
basicamente para comer. E quando as coisas vão mal na lavoura, toda a cidade
sofre as consequências.
O plantio de mandioca é a principal atividade na roça.
“Quando a colheita não é boa, a gente tem dificuldade mesmo e a gente chega ao
ponto de passar fome”, conta o lavrador Carlos Martins.
Dois anos atrás, muita gente passou por isso. “Chegou a
enchente, alagou e matou a colheita”, lembra um morador.
“A gente vive disso, a gente tem os animaizinhos para dar
ração, a gente planta para comer e sobreviver. Falhou, a gente tem prejuízo”,
diz outro morador.
Os problemas no campo estão entre os motivos apontados pelo
IBGE para que o município maranhense tivesse o pior PIB per capita do país:
menos de R$ 2 mil. O reflexo disso está espalhado pela cidade.
Em uma escola, os alunos já se acostumaram com a despensa
vazia. “Não tem merenda. O jeito é ficar com fome”, conta um menino.
O transporte escolar é precário, em um ônibus a equipe de
reportagem encontrou até um botijão de gás usado para escorar uma das portas.
“Não funciona pisca-pisca, velocímetro, buzina. É muito
perigoso. Transporto entre 60 e 70 crianças”, diz o motorista.
No único hospital da região: “O médico deu uma saidinha. Ele
mora aqui pertinho”, argumenta a atendente.
Enquanto a equipe esteve na cidade, a companhia energética
cortou a energia da Secretaria de Saúde, onde funciona também o gabinete do
prefeito João Batista Freitas: “Aqui não tem empresas. Aqui não tem fazendas. O
cara ou tem um emprego na prefeitura, ou Bolsa Família ou aposentadoria e a
agricultura é essa coisa toda aí”. (Blog do John Cutrim)
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