Em privado, Sarney faz restrições à aliada Dilma
Sob Dilma, Sarney mantém o controle do estratégico setor
elétrico, obtido sob Lula. Considerando-se que Edison Lobão não virou
ex-ministro, ainda que os radares de Sarney captem vibrações alternativas, o
eventual desembarque há de ser lento. Mas a hipótese de turbulência passou a
compor o cenário.
(Josias de Souza)
Num intervalo de menos de 15 dias, José Sarney pronunciou
comentários radioativos sobre Dilma Rousseff em pelo menos duas conversas. Quem
o ouviu ficou com a impressão de que o morubixaba do PMDB passou a enxergar
2014 como uma porta giratória sem porteiro.
Um dos interlocutores depreendeu que o presidente do Senado
ligou os seus radares. O equipamento havia sido acionado pela última vez em
2002. Nesse ano, Sarney desembarcou do apoio formal dado pelo PMDB à
candidatura tucana de José Serra e inaugurou uma vitoriosa e rentável
dissidência pró-Lula.
O segundo interlocutor traduziu o diálogo que manteve com
Sarney assim: “Antes, o apoio dele a Dilma era incondicional. Incluía o morango
e o chantilly. O creme já desapareceu. E a fruta começa a ficar passada.”

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