Desde 2006, os blogs vêm ocupando cada vez mais espaços como
canal de mídia e informação – sobretudo pela rapidez com que dá a notícia e
pela relativa independência, características sonhadas há muito, e nunca
alcançadas, pelos veículos tradicionais, como rádio e jornal, principalmente.
Aqui, não se aborda a televisão por que, entende-se: em
essência, não há jornalimo na TV.
Televisão é show, espetáculo, entretenimento.
Mas é evidente também o incômodo que este novo instrumento
de mídia causa nos jornalistas tradicionais, que o vêem até com desmedida
antipatia.
Não há como negar que os blogs hoje ocupam um espaço
consolidado no jornalismo; e a luta contra isso é uma luta perdida, por que já
inseridos no contexto da comunicação social, quer queiram ou não os
“tradicionalistas”.
- Normalmente, os jornalistas dos meios tradicionais agem
como se soubessem tudo o que o público deseja. (…)Nos blogs jornalísticos,
percebemos que jornalitas e cidadãos estão construíndo uma história juntos -
avaliam as pesquisadoras Cláudia Irene de Quadros, Ana Paula da Rosa e Josiany
Vieira, do programa de Pós-Graduação da Universidade do Paraná, no artigo
“Blogs e as tranformações do Jornalismo”
(Leia aqui)
O curioso é que muitos dos jornalistas tradicionais que
torcem o nariz para os blogs, também tentaram – ou ainda tentam - entrar na
blogosfera. Mas, amarrados à chamada “era romântica” não tiveram o pique e o
dinamisno necessários para prosperar como blogueiro.
Foi-se o tempo em que jornalista era aquele ser cabeludo e
com barba de cinco dias, com cara de poeta bêbado, com a cabeça no mundo da lua
e que só conseguia articular um texto a cada 10 horas, passando a madrugada
toda em meio às rotativas de jornais – e o dias dormindo, enquanto o mundo
girava.
O jornalismo mudou, tornou-se mais ágil e quem não
acompanhou tudo isso, ficou pra trás.
- O sistema tradicional de mídia trabalha com a informação
empacotada e distribuída para canais muito bem definidos – jornais, revistas,
TVs e rádio. No ambiente digital, especialmente em razão das redes sociais, com
seu fluxo infinito de dados e a interação de todos com todos, o contexto da
comunicação é modificado brutalmente - aponta a professora Beth Saad, da
Universidade São Paulo. (Leia aqui)
Os blogs trouxeram
ainda mais velocidade e dinâmica à atividade jornalística, alinhado à rapidez
da internet e a onipresença das redes sociais.
Têm a instantaneidade do rádio, as informações do jornal e
as imagens da TV, sem as amarras e sem o
“empacotamento” editorial e industrial característicos destes meios.
Hoje, as referências para todos os setores sociais são os
blogueiros - mesmo ainda que com todas as suas problemáticas éticas e
culturais, que tendem a ser amenizadas ao longo do tempo.
No caso Décio Sá, por exemplo, os que estão em evidência –
para o bem ou para o mal – são os que detém espaços na blogosfera. É na
blogosfera que “bebem” polícia, bandidos, advogados e juízes.
Dos blogs saem hoje os fatos que repercutem nas rádios e nos
jornais.
A blogsfera é uma realidade cada vez mais presente no
cotidiano da comunicação social.
Brigar contra isto é perder tempo.
Por que o futuro chegou.
E quem não se adaptar, ficará pra trás…
(Do Blog do Marco Aurélio D’eça)
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