sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ringue eleitoral

A acirrada disputa política no interior do estado começa a gerar uma onda de violência que exige a imediata intervenção das autoridades. Não se pode permitir o processo eleitoral descambar para um vale tudo que coloque em risco a segurança dos eleitores. Há, inclusive, o registro de uma eleitora, Mércia Silva, grávida, que teria sido agredida em Chapadinha por um correligionário e irmão da candidata a prefeita Dulcilene Pontes Cordeiro, a Belezinha, da coligação “Chapadinha para todos” em disputa com a candidatura do deputado Magno Bacelar, conforme denúncia do parlamentar.

Cortar o mal pela raiz. Essa deve ser a determinação das autoridades, antes que o processo democrático seja vencido por aqueles que só conseguem ter a violência como resposta para tudo. O eleitorado maranhense costuma ser pacífico e não se pode ter qualquer tipo de contemplação com a violência política, parta de onde partir.

Velhas histórias do coronelismo no Maranhão registram até casos de morte entre grupos em disputa pelo poder. A alegada agressão contra Mércia Silva, cunhada da atual prefeita e secretaria parlamentar do deputado Magno Bacelar é um ato isolado e assim deve permanecer. Para que não se transforme a eleição em uma guerra campal sem controle do poder público. Arruaceiros e agressores devem ser afastados imediatamente do processo eleitoral, posto que só ao povo, livre e sem nenhum tipo de coerção, cabe escolher seus gestores e isso deve ocorrer sem medo, sem terrorismo político, com a imprescindível e necessária isenção. O voto de cabresto, o garrote eleitoral são coisas de um passado que ninguém aceita mais.

Este fato e o ocorrido em Alto Alegre do Pindaré são os primeiros sinais de que ainda existem pessoas dispostas a perturbar a ordem pública em nome de um revanchismo político que não serve a ninguém, muito menos a populações que esperam suas cidades serem administradas com dignidade e respeito, com honestidade e trabalho e não com atos de barbárie que não cabem mais na democracia brasileira.

A democracia, aliás, também exige respeito aos adversários. Não se pode permitir que as eleições sejam transformadas em sessão de pancadaria, que se substituam os discursos e as ideias por um ringue eleitoral. Não é demais lembrar que as posições políticas assumidas refletem a busca de dias melhores para esta Nação, que lutamos exatamente contra todas as formas de violência, inclusive a violência institucional. Se for permitido ao desforço físico governar o processo de escolha dos prefeitos e vereadores no Maranhão, estaremos caminhando para o retrocesso, retornando ao “quero, posso e mando” dos velhos coronéis afastados da vida política pela própria História. Qualquer forma de agressão contra um eleitor é também uma agressão à democracia, à liberdade de expressão e ao direito de livre escolha que só orgulham este país. (Editorial Jornal Pequeno - 14/08/2008)

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