A acirrada disputa política no interior do estado começa a
gerar uma onda de violência que exige a imediata intervenção das autoridades.
Não se pode permitir o processo eleitoral descambar para um vale tudo que
coloque em risco a segurança dos eleitores. Há, inclusive, o registro de uma
eleitora, Mércia Silva, grávida, que teria sido agredida em Chapadinha por um
correligionário e irmão da candidata a prefeita Dulcilene Pontes Cordeiro, a
Belezinha, da coligação “Chapadinha para todos” em disputa com a candidatura do
deputado Magno Bacelar, conforme denúncia do parlamentar.
Cortar o mal pela raiz. Essa deve ser a determinação das
autoridades, antes que o processo democrático seja vencido por aqueles que só
conseguem ter a violência como resposta para tudo. O eleitorado maranhense
costuma ser pacífico e não se pode ter qualquer tipo de contemplação com a
violência política, parta de onde partir.
Velhas histórias do coronelismo no Maranhão registram até
casos de morte entre grupos em disputa pelo poder. A alegada agressão contra
Mércia Silva, cunhada da atual prefeita e secretaria parlamentar do deputado
Magno Bacelar é um ato isolado e assim deve permanecer. Para que não se
transforme a eleição em uma guerra campal sem controle do poder público.
Arruaceiros e agressores devem ser afastados imediatamente do processo
eleitoral, posto que só ao povo, livre e sem nenhum tipo de coerção, cabe
escolher seus gestores e isso deve ocorrer sem medo, sem terrorismo político,
com a imprescindível e necessária isenção. O voto de cabresto, o garrote
eleitoral são coisas de um passado que ninguém aceita mais.
Este fato e o ocorrido em Alto Alegre do Pindaré são os
primeiros sinais de que ainda existem pessoas dispostas a perturbar a ordem
pública em nome de um revanchismo político que não serve a ninguém, muito menos
a populações que esperam suas cidades serem administradas com dignidade e
respeito, com honestidade e trabalho e não com atos de barbárie que não cabem
mais na democracia brasileira.
A democracia, aliás, também exige respeito aos adversários.
Não se pode permitir que as eleições sejam transformadas em sessão de
pancadaria, que se substituam os discursos e as ideias por um ringue eleitoral.
Não é demais lembrar que as posições políticas assumidas refletem a busca de
dias melhores para esta Nação, que lutamos exatamente contra todas as formas de
violência, inclusive a violência institucional. Se for permitido ao desforço
físico governar o processo de escolha dos prefeitos e vereadores no Maranhão,
estaremos caminhando para o retrocesso, retornando ao “quero, posso e mando”
dos velhos coronéis afastados da vida política pela própria História. Qualquer
forma de agressão contra um eleitor é também uma agressão à democracia, à
liberdade de expressão e ao direito de livre escolha que só orgulham este país. (Editorial Jornal Pequeno - 14/08/2008)
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