segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Viana – cenários e perspectivas para 2015, 2016...

Em meados dos anos noventa, o publicitário, jornalista, professor e radialista, Lula Vieira, atualmente, Diretor de Marketing Corporativo do Grupo Editorial Ediouro, esteve em São Luís para uma imperdível palestra aos ansiosos alunos do curso de Comunicação Social da Universidade Ceuma.

O tema em questão era a chegada da internet ao Brasil, que de forma tardia dera o primeiro lampejo apenas em meados de 1989 quando a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo) fomentou o projeto de interligar virtualmente o banco de dados de universidades brasileiras ao de universidades internacionais.

Irônico e bem humorado, Vieira, de pronto solicitou às moçoilas que colocassem os inconvenientes celulares – uma novidade na época -, no modo silencioso e entre as pernas e, se quisessem poderiam colocar também no item vibrar, pois além de curtirem sua palestra, de quebra sentir algum prazerzinho. Risos.

Plateia dominada e em silêncio, Lula começou sua fala dizendo que via o advento da Internet naquele momento, da mesma forma que Pedro Alvares Cabral ao avistar o horizonte do Oceano Atlântico, quando singrou os mares a bordo da sua esquadra para tentar descobrir um novo caminho para o Oriente, ou seja, uma incógnita total.

Os finais dessa história todos conhecem, mas o que aguarda o nosso Maranhão e a nossa Viana – Cidade dos Lagos se equivale a esses exemplos, a partir de janeiro de 2015, quando assume o novo governo estadual.

Vamos também embarcar rumo ao desconhecido, diga-se, ao tratamento político e ou igualitário que se aguarda do novo governador Flávio Dino (PC do B), que acaba de destronar a dinastia Sarney depois quase um meio século de poder no Maranhão. É bom frisar que esse termo “igualitário” foi cravado pelo próprio novo governador durante suas entrevistas pós-eleição.

De volta a nossa canoa, vamos confiar na experiência e habilidade política do prefeito Chico Gomes (DEM) que pouco ou quase nada faturou em termos de benefícios do grupo do qual sempre foi aliado, além da amizade explicita com a ex-governadora Roseana Sarney.

Ok culpe-se a inadimplência herdada das gestões anteriores, a incompetência e a falta de sorte do nosso município com certos gestores. Pagamos muito caro por isso. Décadas perdidas e muito atraso.

Só para exemplificar a atuação do último grupo político, o ex-prefeito Messias Costa (falecido) - socialista, um dos fundadores e membro xiita do Partido dos Trabalhadores em Viana -, não escondia de ninguém que sentia urticárias só de ouvir a pronuncia do nome Sarney, então presidente da república. Ir à capital Brasília em busca de algum benefício, nem pensar. Seria o fim do mundo e muita humilhação a um partidário do seu quilate! Ah se Messias tivesse tempo de ver Lula e sua trupe nos anos seguintes.

O ex-prefeito Rilva Luis, criatura do grupo, deixou como exemplo apenas o que “não” se deve fazer ao governar um município. Foi do poder ao ostracismo e não deve voltar.

A atual gestão vianense fez o dever de casa. Organizou as contas, negociou débitos e deixou o município com a ficha limpa para receber convênios institucionais. No apagar das luzes do governo Roseana, Viana ainda conseguiu uma unidade do Viva Cidadão; asfaltamento de ruas em bairros periféricos, como Piçarreira, Carecas, Vila Zizi e Mutirão; uma nova e moderna delegacia de polícia no bairro Campo Novo (concluída); um hospital macro regional (em obras); uma quartel da Polícia Militar (em obras); a nova Avenida Luis Couto (licitada); uma praça de alimentação ao lado da Rodoviária (em fase de acabamento); entre outros convênios estaduais.

Na esteira desse pacote de obras, some-se ainda a construção do Residencial Frei Serafim de Viana, com mil casas populares (em obras) no bairro Vila Zizi –MA-014; a construção do IFMA (em obras); o Minha Terra Minha Renda (agricultura familiar), entre inúmeros convênios estaduais e federais, todos obtidos devido a inúmeros esforços e, reconheça-se, à nova situação administrativa do município.

Observa-se claramente que é muito mais do Rilva Luis (deixou) de fazer em oito anos de mandato. Entretanto, uma cidade com 256 anos, beirando possuir 60 mil habitantes necessita muito mais. A nossa infraestrutura precisa ser virada ao avesso, tamanho o descaso e o abandono de tantos anos. A nossa prestação de serviços é precária, sem treinamento e sem mão de obra qualificada. O comércio de varejo, a pesca artesanal e a agricultura de subsistência ainda são nossos principais fomentadores de renda, aliados à transferência de renda (Bolsa Família) do Governo Federal.

Apesar de a nova gestão ter se se desdobrado em resolver a nossa crônica falta d’água, perfurando poços artesianos, adquirindo novas caixas, novas ligações em bairros mais atingidos, ainda é pouco para atender a demanda. Operando com um Fundo de Participação que mal dá para o custeio da máquina, a Prefeitura de Viana precisa de mais recursos, determinação e vontade política para atualizar a falta de investimentos no setor nos últimos 16 anos do grupo apeado do poder. E não dá para consertar tanto estrago em apenas dois anos.

E, para piorar, Viana não conseguiu eleger nenhum representante "puro sangue" para representá-la no legislativo estadual ou federal no último pleito. Os votos do nosso pequeno eleitorado foram fragmentados entre as divisões políticas, e a criminosa boca de urna, onde os eleitores preferem trocar o sufrágio por uma nota de 50 ou 100 reais. Mas, a exemplo de muitos municípios, Flávio Dino também ganhou a eleição em Viana. Portanto, somos merecedores da sua atenção e tratamento igualitário conforme ele pregou.

O ano que chega deve se constituir no ápice do mandato de Chico Gomes e, claro, deve marcar a preparação do seu sucessor – seja ele mesmo por merecimento ou outro indicado do seu grupo -, conforme os caminhos políticos e eleitorais desenhados até a próxima eleição municipal.

Paralelo a tudo isso, a oposição ao governo segue na moita. Vez ou outra mostra as garras aproveitando brechas deixadas pela administração. Faz parte de jogo político, cujos atores ainda são os mesmos e devem concorrer novamente, entre eles, Magrado Barros, segundo colocado no pleito passado; o ex-prefeito, Danielzinho, eterno pré-candidato e, observando de longe, o chefe maior, Rilva Luis, impedido de ser candidato por motivos óbvios, mas não se engane, pois ele ainda é o patrão/financiador (deles) e com muita bala na agulha. Enfim, diante desse intrincado tabuleiro tudo pode acontecer, pois o eleitorado vianense já deu provas de que é tão volúvel quanto um amor de carnaval.

Vem aí uma nova jornada e, como navegar é preciso, tomara que continuemos no rumo certo, com o comandante certo para conduzir Viana ao progresso e o desenvolvimento, sempre com os olhos voltados para melhores horizontes.

Feliz Ano Novo! 

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