Por Flávio Braga
Encravada
às margens do Golfão Maranhense, a Baixada é uma microrregião geográfica
localizada numa zona de transição entre a Amazônia e o Cerrado Brasileiro.
Na
estação chuvosa, se transforma em uma imensa planície alagada e verdejante, que
forma o majestoso Pantanal Maranhense, com toda a sua diversidade de fauna e de
flora, que a transforma num santuário ecológico de rara beleza. Essa paisagem
esplendorosa muda de acordo com a época do ano. Do ponto de vista socioeconômico,
é uma região vocacionada ao ecoturismo sustentável.
A
Baixada Maranhense foi transformada em Área de Proteção Ambiental (APA), por
meio do Decreto Estadual nº 11.900, de 11 de junho de 1991, em face da sua
importância ecológica, especialmente para as numerosas espécies de aves
migratórias, que a utilizam como ponto
de descanso, alimentação e reprodução.
Além do maior conjunto de bacias lacustres do Nordeste, onde se
destacam os lagos Aquiri, Cajari, Capivari, Coqueiro, Formoso, Itans, Lontra,
Maraçumé e Viana, a região possui extensos manguezais e babaçuais. O rosário de
lagos e os campos floridos da Baixada constituem atrativos naturais
extraordinários que merecem ser explorados economicamente, tendo em vista o seu
imenso potencial de captação turística, que precisa ser encarado como um
mecanismo indutor do desenvolvimento sustentável da região, sobretudo pela sua
capacidade de gerar trabalho e renda a uma população carente e desassistida.
A partir do seu ecossistema diversificado e da sua cultura
peculiar, a Baixada é naturalmente propensa ao desenvolvimento da indústria do
turismo e tem como ofertar uma infinidade de produtos turísticos, como
cavalgadas, pesca, trilhas, mergulhos, motociclismo, gastronomia típica,
artesanato, folguedos, tradições religiosas, festas folclóricas, danças
populares, patrimônio arquitetônico, passeios náuticos, camping etc.
A indústria do turismo se alicerça em três pilares: a
infraestrutura dos destinos turísticos (hotéis, bares, restaurantes, transporte
e espaços para eventos), a qualidade e criatividade dos serviços oferecidos aos
visitantes e uma política de divulgação eficiente. Nesse passo, é imperioso que
os gestores municipais da Baixada e os empresários maranhenses sejam
sensibilizados e internalizem a ideia da mudança de hábitos e quebra de
paradigmas, a fim de superarem o marasmo que norteia a aplicação das mesmas
políticas públicas e das repetitivas oportunidades de negócios.
Já passou da hora de os nossos governantes e empreendedores
privados entenderem que a política de turismo no Maranhão não pode se restringir
eternamente aos Lençóis Maranhenses e à Chapada das Mesas. Por fim, registro as
minhas homenagens ao empresário Alberto Muniz, penalvense de boa cepa e um
grande entusiasta do ecoturismo na Baixada Maranhense.
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