segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Piscicultura de Itans pode servir de exemplo para a redenção da Baixada



O que era tapera, hoje são belas casas com tanques na área externa

Localizado no coração da Baixa Ocidental Maranhense, o povoado de Itans, no município de Matinha, vive dias de prosperidade e pode ser tomado como exemplo do Maranhão que trabalha, produz e dá certo.

O milagre é fruto da criação do polo de piscicultura que vem transformando a vida de pequenos agricultores, que antes sofriam para cultivar lavouras de subsistência, em cidadãos cujo a melhoria da qualidade de vida é notável.

Conversando com os moradores do povoado de Itans e comunidades vizinhas pude entender o motivo de tanta euforia daqueles que transformaram antigos campos naturais de pastos em tanques: a comercialização de 1.700 toneladas anual de peixe das mais variadas espécies. 

“Antes sobrevivíamos da plantação de milho, arroz, feijão e da pesca nativa no lago, mas hoje os moradores da comunidade ganham em média R$ 5 mil/mês com a atividade e a qualidade de vida mudou”, observa o presidente da Associação dos Piscicultores de Itans, Elizeu Gomes Silva.

Segundo Elizeu, tudo começou há cerca de dez anos quando um grupo de agricultores do povoado, desiludidos com as pequenas plantações que davam apenas para o sustento das famílias, aproveitou a aptidão da região para a pesca e iniciou o projeto que se tornou referência para o Estado e para o país.


Pastos foram transformados em lagos que garante renda
“A piscicultura de Itans é uma realidade, não se tem dúvida! Tudo isso resulta dos fatores de produção – terra, capital trabalho e sobretudo assistência técnica ali prestada, aplicada e desenvolvida nos garantindo o sucesso”, observa o técnico agrícola, Evado Soeiro Serra.
   

Conforme levantamento feitos pelos órgãos de extensão rural e pala Associação dos Piscicultores de Itans, os 74 piscicultores engajados no projeto geram uma receita bruta anual de R$ 8, 88 milhões e uma receita líquida de R$ 4,44 milhões/ano, que circulam no município e faz com que o PIB de Matinha seja um dos maiores da região.

O restante do dinheiro é gasto com insumos, tais como ração, alevinos, manejo e energia elétrica, mas todos os piscicultores ouvidos pelo blog se mostraram muitos satisfeitos com a nova realidade que passaram a viver e com a perspectiva de expandir os negócios através da exportação para o exterior.

O modo de produção é simples: cada família cultiva sua área e a Associação cuida da ação e organização dos piscicultores que comercializam a produção no mercado local, Matinha, Viana, São Bento, Pinheiro, São Luís, Imperatriz e Teresina.
Povoado apresenta sinais de prosperidade
“De 2006 para cá, todos nós melhoramos de vida; quem não tem carro possui casa de alvenaria. O que dificultava nossa expansão era a falta de estrada, mas hoje isso já está sendo resolvido e nossa intenção agora é expandir e exportar”, diz otimista o vice-presidente da Associação dos Piscicultores de Itans, Narlon Santos Silva.   

O dirigente sindical se referia a ordem de serviço dada pelo governador Flávio Dino, no último sábado (22), para a construção de 16 quilômetros da “Estrada do Peixe, ligando o povoado de Itans a cidade de Matinha, para beneficiar o escoamento da produção. O governador ainda se comprometeu em mandar construir uma fábrica de gelo.

Narlon se diz otimista com o novo momento da comunidade. Com apoio do Banco do Brasil e assistência técnica do Sebrae, Senar e Agerp, os negócios prosperam. “Aqui não existe mais casa de taipa, nós queremos agora é uma escola de segundo grau para nossos filhos”. Ele observa que a estrada, além de beneficiar treze povoados, vai permitir a redução do preço do pescado no mercado. 

Blog do Jorge Jorge Vieira

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