Vicente Castro, 44, mandou fazer cartazes e fixou na fachada
da loja. Roubômetro lista 3 últimos assaltos sem solução em Presidente Dutra
(MA).
Do G1 MA
O empresário Vicente Alves de Castro Neto, de 44 anos,
resolveu protestar de forma inusitada contra a falta de segurança depois que
sucessivos assaltos o levaram a fechar a loja de celulares que mantinha em
Presidente Dutra, no Maranhão. Após encerrar as atividades na cidade, ele
mandou confeccionar cartazes exibindo um "roubômetro" e os fixou na
fachada do estabelecimento.
No "roubômetro", estão listados os três últimos
assaltos sofridos que não foram solucionados pela polícia - em junho de 2014 e
em abril e julho deste ano. Nos cartazes, o empresário explica que a loja está
fechada e que teve que demitir os funcionários, deixando recados aos ladrões,
aos clientes e às autoridades responsáveis pela segurança pública.
"Senhor Ladrão, solicito que após furtar-me de novo
ofereça os produtos a mim mesmo! Comprar de novo no mercado legal custa caro e
sei que o Sr. vende baratinho. Prometo sigilo absoluto, pois não desejo ser
preso por receptação de produto furtado", ironiza em um dos cartazes.
"Pagamos nossos impostos e não temos segurança para
trabalhar, por isso estamos fechados", explica aos clientes.
"Autoridades competentes, não aguento mais ser assalto! Cadê a segurança?
Como honro com meus compromissos financeiros? Vou virar estatística?",
reclama em outro cartaz.
Protesto
Em entrevista por telefone ao G1, Vicente Castro contou que
é dono de lojas em várias cidades do Maranhão, mas foi a primeira vez que teve
que fechar uma delas por causa de assaltos. Segundo ele, o estabelecimento em
Presidente Dutra ficou em funcionamento durante sete anos. Os assaltos se
tornaram mais frequentes desde ano passado.
"Não aguento mais tanto roubo. Na cidade de Presidente
Dutra não tem segurança de nada. Teve um dia que assaltaram minha loja no
sábado de manhã e, na segunda-feira, assaltaram uma agência de banco bem
pertinho. Eles levam tudo lá, moto, celular, cordão, carteira. Tipo assim, eu
lamento pelas pessoas que trabalhavam comigo, mas não posso manter um negócio
só pra bandido roubar", reclama.
O empresário disse que teve que demitir os cinco
funcionários da loja e contou que registrou boletim de ocorrência em todas as
ocasiões de roubo. O prejuízo, segundo ele, está entre R$ 80 mil e R$ 100 mil.
"O meu objetivo era protestar para ver se alguém faz
algo. O que eu queria era chamar atenção e fico feliz que está tendo boa
divulgação, estou satisfeito. Ninguém fala nada. A gente registra boletim de
ocorrência e não acontece nada", concluiu.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Estado de
Segurança Pública e aguarda esclarecimento do órgão.
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