A ONU Mulheres Brasil divulgou, hoje (26), nota em que se
solidariza com as jovens do Rio de Janeiro e do Piauí que foram vítimas de
estupros coletivos e pede ao poder público dos dois estados que seja
incorporada a perspectiva de gênero na investigação, processo e julgamento dos
casos. A organização também pede à sociedade brasileira “tolerância zero” a
todas as formas de violência contra as mulheres e a sua banalização.
Hoje (26), a Polícia Civil do Rio de Janeiro tomou
depoimento de uma jovem de 16 anos que informou ter sido drogada e estuprada
por diversos homens. O crime foi denunciado após um vídeo com imagens da jovem
desacordada e com órgãos genitais expostos ter sido postado na internet. No vídeo,
um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”.
Em Bom Jesus, sul do Piauí, uma jovem de 17 anos afirmou ter
sido violentada por quatro adolescentes e um rapaz de 18 anos, na madrugada
desta sexta-feira (20). Após uma briga com o namorado, a jovem teria ingerido
bebida alcoólica e os suspeitos se aproveitaram da embriaquez para cometer o
crime. A jovem foi encontrada amarrada dentro de uma obra abandonada.
A nota, assinada pela representante da ONU Mulheres Brasil,
Nadine Gasman, observa que os dois casos “bárbaros” se assemelham pelo fato de
que as duas adolescentes teriam sido atraídas pelos algozes em tramas
premeditadas e por terem sido violentamente atacadas num contexto de uso de
substâncias com álcool e drogas.
“Como crime hediondo, o estupro e suas consequências não
podem ser tolerados nem justificados sob pena do comprometimento da saúde
física e emocional das mulheres, as quais devem dispor de todas as condições
para evitar a extensão do sofrimento das violências perpetradas”, registra o
texto.
A ONU Mulheres Brasil também reforça a necessidade de
garantia e fortalecimento da rede de atendimento a mulheres em situação de
violência e de profissionais especializadas em gênero em todas as esferas
governamentais para o pleno atendimento às vítimas.
Dilma: estupro coletivo de jovem foi “barbárie”
A presidenta afastada Dilma Rousseff usou as redes sociais
para condenar o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos no Rio de
Janeiro. Segundo Dilma, o ato foi uma “barbárie”. “Presto minha total solidariedade
à jovem, menor de idade, estuprada por vários homens. Além de cometerem o
crime, os agressores ainda divulgaram fotos e vídeos da vítima, desacordada, na
internet. Uma barbárie”, disse Dilma, que pediu a identificação e punição dos
responsáveis.
A jovem deu depoimento à Polícia Civil dizendo que acordou
na madrugada de hoje (26) cercada por 33 homens armados de pistolas e fuzis. A
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática no Rio de Janeiro (DRCI)
também analisa um vídeo com imagens da jovem desacordada e nua.
Postadas na quarta-feira (25) no Twitter, as imagens
causaram indignação na internet. No próprio vídeo, um homem diz que “uns 30
caras passaram por ela”. O delegado Alessandro Thiers pediu a quem tenha
qualquer informação que possa auxiliar na identificação dos autores entre em
contato através do e-mail: alessandrothiers@pcivil.rj.br
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro divulgou
nota repudiando o ato e se prontificou a oferecer apoio à jovem e sua família.
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