segunda-feira, 6 de junho de 2016

Imprensa mantém influência em novos movimentos políticos, aponta livro

Folha.com

Alvos de críticas dos dois lados do espectro ideológico, os meios de comunicação ditos tradicionais continuam tendo um papel central na política contemporânea.

A conclusão é de um novo livro lançado pela Plataforma Democrática, parceria entre a Fundação Instituto Fernando Henrique Cardoso e o Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, “Ativismo Político em Tempos de Internet”. A edição digital, gratuita, pode ser baixada aqui.

A obra, organizado pelos sociólogos Bernardo Sorj e Sergio Fausto, reúne 19 estudos de caso de seis países da América Latina em que a ação política de alguma forma foi apoiada mais em cliques do que claques.

Do Brasil foram abordadas as manifestações de 2013, o surgimento da Mídia Ninja, o processo de construção do Marco Civil da Internet e a rede de petições on­line Avaaz.

Segundo os organizadores, a relação entre a imprensa e os novos movimentos políticos é ao mesmo tempo conflitiva e de apropriação, mas a mídia profissional continua exercendo forte influência.

“Os estudos de caso mostram que os ciberativistas esforçam­-se para que suas causas encontrem eco nos meios tradicionais de comunicação, embora muitos deles sejam às vezes extremamente críticos em relação à imprensa comercial.

De certa forma, os meios tradicionais mantêm a capacidade de legitimar (ou não) as informações que circulam pelas redes sociais e/ou as mobilizações sociais por elas desencadeadas.”

Esse papel, de acordo com o livro, é explicado pela imprensa continuar sendo vista por boa parte da população como a fonte mais confiável de informação. Também pesa que, apesar do amplo alcance da internet, ela chega a um público ainda limitado.

As conclusões estão alinhadas a outras pesquisas que monitoraram as redes sociais durante as manifestações de 2013 e nas eleições de 2014 também já apontaram o protagonismo do jornalismo profissional.

Outra das constatações do livro é a de que, na disputa política atual, o Facebook se tornou inescapável. Leia mais aqui.

Nenhum comentário: